AMOR..

O que existe além do que ja foi dito sobre o amor? Toda minha vida pautada em amores que tive ou gostaria de ter... Falando sobre os que tive, também não tenho muito que dizer. Amei e fui muito bem amada. Mas foi um amor, um único amor, que veio cruzou minha vida, tocou minha alma e ficou marcado em minha pele. Todos nos carregamos com nós uma história. Aquela que só nos atrevemos a lembrar, quando durante a noite no escuro, enconstamos nossas cabeças no travesseiro e o silêncio cala fundo. Não importam os anos, certas coisas simplesmente permanecem. Mas então, numa quinta-feira a tarde de um ano qualquer, tropeçamos nesse amor já supostamente esquecido. Percebemos que amor igual não há e que aquela pessoa continua e continuará a ser nossa referência afetiva mais sincera e profunda. Não é doença nem obsessão. Aliás não e nada, só amor. Amor dos bons, daqueles que são únicos e maravilhosos, que acontecem poucas vezes na vida das pessoas. Daqueles amores que ficam e que teremos que conviver com ele como algo concreto e parte de nossas vidas. Que alma consegue atravessar a vida sem ter conhecido o amor e quem sabe, ter a sorte de ser correspondido? Que vida vale a pena sem amor? Nenhum sentimento é mais lindo profundo e transformador que o amor. Só amor transcende e purifica, enlouquece e cura, invade, permanece, liberta e aprisiona. Quando acontece é um som grave que penetra invade e permanece. Não compliquem e nem elaborem o sentimento mais incrível e poderoso de todos. Permitam que eles cheguem e se instale. Porque o resto são bobagens meninos, bobagens.

Abraço é coisa tão séria que há de ser doce...

Abraço é coisa tão séria que não se empresta, se dá. E quando os corpos se encostam, todos os chakras se tocam. Abraço é coisa tão séria que junta os dois corações: pode ecoar para sempre ou esvaziar por inteiro. Pois quando a gente abraça, traz para dentro a pessoa: com bagagem, passado, infância, viagens e o principal: seu perfume espiritual. E o que recebemos nem sempre é o que damos, por isso alguns são afagos que nutrem por um longo tempo e outros, desespero pra matar a fome, um devoramento. Recuso abraçar levianamente, abraço com meu enrosco de afeto demais, amor puro, corpo colado para o abraço ser sentido, ter sentido. Abraço que é de verdade pode até ser dado de longe, pois ultrapassa as esferas e desconhece distâncias, é todo feito de encontro. Abraço é coisa tão séria que há de ser doce, leve, divertido, espontâneo, mesmo quando acalanto, colo ou celebração. A gente agarra por impulso de carinho porque a sintonia é a mesma. E quando o abraço termina, quando ele é dado de graça, fica a cosquinha no peito, uma brisinha na alma e a harmonia instalada.

O importante é sobreviver no final!

Eu sempre estive entre aspas. Eu me reescrevo e me reinvento nos dias. Ficar triste é um sentimento tão legítimo pra mim quanto a alegria. Aprendo a cada dia que reclamar é fácil, difícil é levantar da cadeira pra fazer alguma coisa que nunca foi feita! Queria não me sentir tão responsável pelo que acontece ao meu redor, mas nasci com esse defeito de fábrica. Uma vez li que felicidade é a combinação de sorte com escolhas bem feitas, e estou certa disso. Pessoas com vidas interessantes interessam-se por gente que é o oposto delas? Elas têm mais o que fazer! Emoção nenhuma é banal se for autêntica, mas a linha é tênue entre banalidade e autenticidade. Dar certo não está relacionado ao ponto de chegada, mas ao durante, fui descobrindo pelo caminho. O prazer está na invenção da própria alegria, porque é do erro que surgem novas soluções. Os desacertos nos movimentam, nos humanizam, nos aproximam dos outros. Enquanto o sujeito nota 10 nem consegue olhar pro lado, sob pena de ver seu mundo cair. Alguém, certa vez, disse assim: "O mundo já caiu, só nos resta dançar sobre os destroços... Nesse mundo, nosso maior inimigo é a falta de humor", acho que tinha razão.

Assinado: você mesma.

Eu nasci com certo medo de incomodar, depois de um tempo comecei a ser eu mesma pra saber se o medo tinha fundamento. Não sou alvoroçada, barulhenta, sou alegre e gargalho, rio de mim mesma. Isso vai dando uma coragem na gente de ter mais luz. E aí a tal beleza exótica que sempre me disseram que eu tinha passou a ser um elogio. Antes eu ouvia isso como uma forma que a pessoa tinha de me dizer que não estava certa se eu era bonita ou feia, mas nasci velha, angustiada com questões tão mais abstratas que nem tive muito tempo de criar complexo, investi tudo em amplexos.

É estranho, mas entendo dores que nunca tive. E tive dores que ninguém teve, mas nunca banalizei nenhuma. Porque parece que tudo dói de um jeito parecido e aprendi a cuidar do Outro de uma maneira que não me souberam. E aprendi a cuidar de mim de um jeito que eu não sabia.

Tive poucos relacionamentos sólidos, porque eu sofria demais com a ideia do abandono. Pelo menos, amizade seria eterna e duradoura, eu pensava. É porque abandono tem o acostamento largo, além de ser estrada deserta e escura. Depois eu descobri que o bom dos relacionamentos é que eles sejam fluidos e não sólidos.

Sou robusta emocionalmente. Tenho a mão pesada, mas o corpo macio pro afeto. Tenho doçura sem ser meiga. O meu colo é largo, e a minha amorosidade é maciça. E o meu nome se parece muito com meu jeito...

Ontem, por ter ficado até mais tarde que o normal acordada, escrevi bilhetes amorosos para as pessoas que tenho mais afinidade. O meu, foi o principal: “Fernanda, você é a pessoa mais importante para você mesma. Isto é uma felicidade! Assinado: você mesma.”

Do fundo do meu coração...

Recolhimento doce.

Momento de me recolher para me acolher. Hoje, pelo dia difícil, pelo desafio novo, pelo susto atravessando a tarde, o choro desencadeado, uma tristeza nada boba, mas passageira, meu olhar ficou cansado, minha mente pesada, a cabeça doendo e as pessoas me pedindo ajuda sem me perguntar como eu estava. Pois saibam que a melancolia surpreende até os que são otimistas e tiram fotos com o sorriso escancarado ou abraçados às paisagens.Mas não enfio mais a minha dor no bolso para cuidar do Outro, como fazia Caio F. Contudo, eu sabia que neste mesmo dia, agora nesta noite calma, eu teria o meu colo, meu afago, meu afeto derramado, um jeito de me aninhar confortavelmente convidando o bem-estar. E, é neste momento de recolhimento doce, bem na hora em que as coisas falam comigo e tudo que estava embaçado vai clareando aos poucos, tenho meu auto-abraço-amigo.

Que o dia vai acordar pulsante, eu não tenho dúvidas. E minha alma vai acordar renovada deste instante: doida pra resgatar minha alegria.

Das coisas que guardamos.

Um belo dia você acorda decidida esquecer das noticias e ausências que te feriram tanto. Levanta e vai levando a vida lembrando, querendo esquecer. Vai à padaria ou até o ponto de ônibus querendo sentir o cheiro de encanto. Mas só sente o cheiro de lembrança. É que quando dói demais a gente não acredita que um dia a dor passa, mesmo que todo mundo fale. Mas passa. De verdade. É que a vida tem mesmo dessas voltas e acreditar nas pessoas e nas suas boas intenções ainda vale a pena. Porque simplesmente ainda existem pessoas que acreditam como você. Dai você olha pra sua vida e aceita a mistura de mulher cheia de pé no chão, brava e meio esquisita com uma menina cheia de sonhos e brigadeiros. Um jeito meio Amelie que pode mudar tudo, até os sonhos Alguns sorrisos no meio do caminho te confundem ainda com a decisão da mudança. E trazem oque tanto você queria esquecer. Mas lembra também dos sorrisos daqueles que se reegueram por problemas resolvidos maiores que o seu. E sorri de volta, como quem agradece o pensamento mandado por algum anjo bom. E lembra-se do erros, mas não esquece que não errou sozinha. E você não tem que mudar de casa, nem de rua, nem rosto, você tem que mudar seu pensamento. Ser gentil com seus erros, ajuda a corrigi-los. Te corrigir pro melhor que a vida está te preparando. E a vida sempre estende a mão pra quem ciranda com ela. E então, sua história muda, orgulhos e tristezas são sentimentos feitos pra deixar de lado. Afinal e ainda bem, sentimento também muda! A gente lê Caio Fernando, Tati Bernardi e Clarice e se reconhece acreditando que são eles que têm a cura pra dor. Podem até ajudar, menina. Mas nesse poço que você adora pular de vez em quando, só cabe você. Melhor ser esperta e ajudar outras pessoas a gostar de você. Nem Caio, nem Tati e Clarice vão te ajudar. O problema é teu. Resolva. E toma conta do teu coração pra não se esfolar de novo. Dores vão e vem, mas enquanto tiver um sorriso no meio do caminho, um ombro pra encostar, uma piscada pra esquecer, um céu azul, uma janela aberta e um amanhecer de primavera você vai querer se reerguer e ver que quem perdeu não foi você... Aprende menina, alguns sorrisos recebidos na vida não foram feitos pra lembrar. Foram pra guardar. No coração!

Lugares proibidos...

É que essa música não desgrudou de mim esse final de semana..

Daquilo que vejo.

Coloco coração em tudo que faço, porque qualquer coisa a que eu me proponha a realizar, eu faço acreditando que dará certo. Eu sigo o script, olho para os lados antes de atravessar a rua e levo o guarda-chuva na bolsa junto com o desejo de dias melhores. Mas, quando a vida exige, eu aposto todas as minhas fichas, arrisco o verbo, inverto o verso, improviso o riso e, quando as coisas não saem exatamente como o previsto, me reinvento, porque preciso me assegurar que continuarei, ao menos, sendo eu mesma. Eu cresci, apareci e quer saber o que eu vi? Vi muitos argumentos gastos vestindo palavras vazias de significado. Vi tanta falta de coragem em se arriscar nos afetos. Vi pessoas querendo certezas antes mesmo de assumirem os riscos e querendo jogar com cartas marcadas. O mundo precisa de mais coração e de pessoas que se permitam sentir, amar e se entregar.

... o que há de mais bonito!

E o que há de mais bonito nesse mundo, meu caro, não se compra.

— Eu tenho medo de ferir o coração de alguém.

— Por quê?

— (Suspirei.) Porque eu sei como dói.

Nada...

O tempo não volta!

O amor...

Poderia sim ser quase nada, se não tivesse sido tudo. Poderia não ter significância ou significado, senão fosse você. Senão fosse seu riso me chamando para dançar no meio do mundo, senão fosse seu nome se espalhar por todos os cantos dos meus pensamentos e os poros da minha pele, senão fosse o seu olhar na primeira vez que te vi, senão fosse seu ar de segurança, senão fosse sua simplicidade em falar. Se por um momento só, você não tivesse sido tão profundo. Se por um momento só, não tivesse sido você, teria sido tudo inútil, teria sido tão em vão. O amor vem depois de você, e as palavras vem depois do amor. Tão clichê, tão bobo, quando a gente quer dizer que está apaixonada e sente tão amada a ponto de esquecer o resto do mundo. Tão tola nossa forma mais planejada para não ser amarrada pela paixão. Não vale nada toda razão quando o coração desperta. O amor seria sim como qualquer palavra... se não fosse sua chegada.